segunda-feira, 27 de outubro de 2008

09.09.08


É cedo.

Não me lembro de escrever tão cedo.

Nunca me aconteceu o que hoje me acontece.

Insegurança, medo, sentimentos falhos, uma onda negativa, as notícias da televisão se misturam com as da minha realidade. Vem um vento e leva tudo o que sou, por fim não resta nada de mim. Fico a mercê de palavras altas, mas o que machuca não são elas, mais a força; quando se usa a força se vai pra guerra...vendo tudo isso entendo um pouco do meu ser, de quem sou...


Quando eu nasci, não sei quando nem para onde, conjunto de olhos me viram, e fizeram uma opção e assim o vento me levou... sempre com a certeza de que existe alguém a me guiar; mais olhos, espanto, olhos de felicidade, assim fui me acostumando em um lugar onde o 'céu' é marrom, o que estava ao meu alcance era o teto de madeira e o batente da garagem...e uma solitária antena de Tv tão alta como minha coragem, assim passava minhas tardes, sempre eu e ela, gostava de subir e ficar olhando todo o movimento lá de fora, para entender o movimento daquele lugar do céu marrom...



'busco o ontem para entender o hoje...'


Eu vivo na arte de chorar, olho tudo ao redor da cama laranja, procurando um pedaço de mim... olho tudo como se fosse a primeira e a última vez.Todo dia a gente morre.

Ainda lembro a figura da menina que chorava olhando para o cachorro, desde pequena lhe incubiram desconfiança o que permaneceria até o resto da sua vida...já sou conformada.

E quando fui crescendo veio uma culpa, sei lá de onde, cresci com ela olhando pra mim; talvez com pena...a culpa ainda continua aqui.

Lembro da menininha chorona embaixo da mesa, alguém na cama com uma xícara de chá,

era dia dos pais.

dói nela?

dói em quem?

Um comentário:

talita, ta? disse...

Fiquei tão sem entender, mas fiquei tão emocionada. Talvez, em algum lugar de mim, eu consegui captar o que tu quis dizer.